escrever no território populacional

Mais uma escrita, sempre neste instante. Começar deve ser sempre abrir uma inesperada investigação de formas indomáveis – escrever ou ler no momento presente. A investigação das palavras (lugar comum, território banal humano.) Podemos começar mesmo daí, dessa limitação. Ela resultará em uma descoberta ativa, em uma aventura extrema, em um gesto do corpo que pulsa (ou percebe-se) em ritmo diferente. Não há escrita de escritor onde não acontece nada vs escrita de ficções mais imaginativas e fantasiosas. Essas polaridades não são extremos de nada, pois não forçam com nenhum aspecto investigativo do idioma e portanto da vida (são lugares comuns e estereotipados, muitas vezes injustos com fabulações disruptivas.) 

Há apenas a iniciação da escrita investigativa das palavras (das políticas de cada sintaxe). É o fator que já necessariamente fala sobre a concretuda da experiência, que performa um ato de vida sempre neste instante delicado e incerto. 

        O ato do instante que incendeia uma inesperada investigação de formas indomáveis: de um certo modo, até mesmo abstratas, ainda que seja uma ação técnica de domínio público – mas ao final de tudo, essa performance da escrita, essa ruidosa latência suada, mostra finalmente o oposto à abstração, mostra toda a conjuntura subterrânea do tempo e da população larval que compõem as arenas públicas para onde nos encaminhamos diariamente.