escrita feita a partir de encontro mensal do grupo LÁPIS, Laboratórios de Criação – escrita de literatura e teoria.

Reinventar — há uma dobra, uma torção na palavra em si, aludindo o próprio estado do verbo, estado da linguagem humana, sempre instável e em posição propositiva. Inventar por sobre uma invenção anterior. Estamos em uma arena de guerra nos termos de Sartre; uma liberdade plena e radical. Faz-se lembrar desse estado. E qual é a posição dele? Como ele acontece? Um estado de reinvenção contínua — de vida, de reunião, de aglomeração, de relacionamentos, de hábitos… Carrega junto as próprias dinâmicas de se estar no mundo, as posições a partir das quais habitamos. Estar implicado na linguagem reinventiva acarreta a fisicalidade. Uma dança que se estabelece entre palavras e corpo. Um re-butô. Escrever na modalidade reinvenção implica essa dança, que não é apenas a forma da escrita, nem a gestão da vida cotidiana de um autor. Elaborar uma dança que encontre certas frases ditas, ou uma dança contra o ruído esvaziado, que vai em busca de possibilidades de uma próxima frase, o próximo real.

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