arena

Paul B. Preciado tem a seguinte concepção de revolução: “A revolução não começa com uma marcha sob o sol, mas com um hiato, uma pausa, um deslocamento mínimo, um desvio no jogo de improvisos aparentes.” O hiato, o desvio sutil, o distanciamento ou aproximação extrema desse jogo de improvisos, ou teatro do mundo, parece muito similar à função mesma da arte. E nessa aproximação entre arte e revolução assinala-se uma contradição imanente em toda experiência verdadeiramente artística. A inoperância, o disfuncional, a “falta de sentido”, e a experiência positiva: aquilo que é cheio e propositivo, que instaura um mundo verdadeiramente pleno.