É possível usar as redes sociais e a inteligência artificial como aliadas na criação artística?
Desenvolvido e orientado por Janaina Leite, com codireção de André Medeiros Martins, um grupo de artistas-performances mergulham numa fábula virtual e pós apocalíptica para criar O Sol Desapareceu, resultado do Núcleo de Pesquisa Fundo, do Grupo XIX de Teatro.
Atuação: Ery Gabixi, Lívia Machado, Lucas Miyazaki, Lucas Sollar, Thais Della Costa, Robs Wagner.
E se o sol realmente desaparecesse? Essa é a premissa de uma das mais famosas ARG – ou alternate reality game – iniciada em 2018 na página do Twitter @TheSunVanished.
Lançada e replicada na internet de inúmeras maneiras, essa narrativa coletiva e intermídia confirma a regra 24 do maior e mais antigo fórum anônimo da internet, o 4chan, que diz que “todo repost é um repost de um repost”.
A versão para o teatro do “Núcleo Fundo”, toma essa fábula virtual e pós apocalíptica como base de trabalho, sem perder de vista a dinâmica de abas e janelas, errâncias e derivas que marca nossa relação com a internet. É desse modo que os performers trafegam pelas suas próprias pesquisas e obsessões como a deep e a dark web, as creepypastas e suas origens nas lendas urbanas, a cultura de games, as teorias conspiratórias e as fabulações alienígenas, nos lembrando da complexidade das redes também como lugares de criação e produção sensível e interativa.
O espetáculo tem duas partes: uma que se inicia em 5 diferentes estações de metrô da cidade de São Paulo – Barra Funda, Sé, Trianon – MASP , Liberdade e Armênia – , e outra que acontece na sede do grupo XIX de teatro na Vila Maria Zélia.
Fotos de Jonatas Marques.
Resenha crítica da peça: